OXUM, NANÃ, IEMANJÁ, IANSÃ

 Por tradição, 8 de dezembro é consagrado a Nossa Senhora da Conceição, para os católicos, e a Oxum, para os Umbandistas. Os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua rendem homenagens aos orixás femininos nessa data. Louvam Oxum, Iemanjá, Nanã e Iansã. Embora cada uma delas tenha uma data específica dentro do calendário gregoriano, adotado pelos povos ocidentais, os Caminheiros respeitam as características e virtudes de cada uma. É na festa da Oxum que reverenciam todas elas: mães, protetoras, sensíveis, virtuosas e generosas com todos os seus filhos e filhas.

Os Caminheiros encerram o ano de trabalho agradecendo as iabás a proteção dada em todos os dias do ano e confiantes na força das águas, fonte de renovação e de vida, que a trajetória de cada um dos irmãos seja banhada nas forças desses orixás, que acolhem e cobrem seus filhos com bondade e carinho.

Oxum é dona das cachoeiras, das águas doces dos rios. Ela emana o amor. É Oxum, doce, sensível, que verte lágrimas e emociona. É a senhora da fecundidade, fertilidade e da beleza, que acolhe os apelos daquelas que buscam na maternidade a sua realização feminina. A ela é atribuída à proteção das crianças. Chamada também de “senhora do ouro”, Oxum está associada à prosperidade e à riqueza. Daí, suas cores serem a azul e a dourada. Na Umbanda e na maioria das nações que inspiram as práticas religiosas afro-descendentes, todos se curvam e a saúdam: Oraieiêu Mamãe! (Olha eu, mamãe!),uma reverência que se mistura a um apelo, para que suas energias recaiam sobre cada um e por todos os caminhos onde se há de passar. Festejada em 8 de dezembro, suas cores são o azul e dourado.

Os Caminheiros saúdam Nanã, é o orixá mais velho, que no sincretismo está relacionada a Nossa Senhora Santana, avó de Jesus (Oxalá). Na natureza, Nanã senhora das chuvas, das águas paradas, dos pântanos. No panteão dos Orixás, é ela quem cuida dos recém-desencarnados, também chamados de eguns. De acordo com as lendas, nada que for servido a Nanã pode ser cortado com lâminas de aço ou ferro. Ela é comemorada em 26 de julho. A sua cor é o roxo ou lilás. Salúba! Nanã

Iemanjá, a senhora dos mares é festejada em 2 de fevereiro. Ela é a mãe protetora, carinhosa. Nas religiões de matriz africana, é reconhecida também como Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá — reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade — e como Maria, em uma associação a Nossa Senhora dos Navegantes. Ela é a protetora dos que vivem no mar. Reserva-se, por tradição, o último dia do ano para saudar Iemanjá com flores, perfumes, joias em prata. Essa mãe generosa e abnegada é recebida com a saudação Odó (rio) iyá (mãe).

Por fim, homenageia-se Iansã, orixá que domina os raios e as tempestades, cuja força é transformadora da natureza e permite a renovação. Também reconhecida como Oyá, ela é guerreira, com um temperamento forte, o que explica a espada como um dos seus símbolos. Guardiã dos mortos, ela os ajuda na trajetória ao reino de Olorum. Iansã, pelo sincretismo está relacionada a Santa Bárbara, comemorada em 4 de dezembro. Saudação: Parrêi, Iansã.

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